sexta-feira, 25 de junho de 2010

Por que as campanhas precisam falar para as mulheres?

Não só porque são maioria do eleitorado e nem porque nesta eleição há duas candidatas competitivas –Dilma Rousseff e Marina Silva–, mas também porque a cada ano ficam mais evidentes as diferenças de percepção e comportamento entre eleitores e eleitoras.

Historicamente tem-se observado que as mulheres aguardam que o quadro de informações das campanhas esteja mais completo, e só se interessam mais fortemente pelas eleições quando o horário eleitoral gratuito começa e os debates entre os candidatos são realizados. Mais ainda, as eleitoras ficam na expectativa de algo que afete diretamente a vida da população, como propostas para a saúde, educação, desemprego e segurança, entre outras. Pela experiência das campanhas anteriores, sabe-se que esse processo de tomada de decisão sobre intenção de voto se dá mais consistentemente durante o período de propaganda eleitoral gratuita.

Eleitoras: decisão de voto mais consciente e consistente

Na véspera do 1º turno da última eleição presidencial (30/09/2006), as pesquisas de intenção de voto indicavam que, se dependesse dos homens, o candidato Lula ganharia no 1º turno; mas as mulheres mostravam que ainda precisavam de uma segunda rodada de campanha para escolher seu candidato. E, embora a mídia e os partidos apostassem em uma decisão no 1º turno, as mulheres levaram as eleições para o 2º turno. Tudo indica que elas não se sentiam suficientemente esclarecidas, e também ficaram relutantes diante dos “dossiês” e de outros eventos de oportunismo eleitoral, que desviaram o foco das propostas voltadas para a população.

Gráfico 1 – Pesquisa Ibope 1º turno (30/09/2006); voto estimulado


Eleições 2006: mulheres eram 61% dos indecisos na véspera das eleições

Em 2006, 16% não haviam escolhido seu candidato no dia anterior ao pleito, sendo 19% mulheres e 12% homens –ou seja, 61% dos indecisos eram mulheres. Este padrão se repetiu em várias eleições no passado.

Como foi dito anteriormente, uma parcela das eleitoras aguarda até o último momento e até a última informação disponível para se definir com mais convicção.

Gráfico 2 – Pesquisa Ibope (setembro/2006)


Eleições 2010: as pesquisas e o fim do ciclo das pré-candidaturas

As pesquisas de maio de 2010 refletem a fase de pré-candidaturas. Os institutos trabalharam com vários cenários de nomes ao longo deste ano e, em todas as rodadas, o mesmo padrão foi observado: mulheres aguardando as próximas etapas do processo e homens mais definidos em suas escolhas.
Por exemplo: na última pesquisa Ibope, realizada no fim de maio, verifica-se na resposta espontânea que 36% estão indecisos, sendo 40% mulheres e 32% homens. Ou seja, o padrão observado se confirma neste estágio da campanha.

Em 2010, foram publicadas 13 rodadas de pesquisas dos institutos Vox Populi, Sensus, Ibope e Datafolha. Em todas elas, a intenção de voto das mulheres em Dilma Rousseff (PT) é inferior a dos homens.

Pesquisa Ibope (maio/2010); arte: G1


Dilma Rousseff –que começou o ano em segundo lugar, atrás de José Serra (PSDB) com uma diferença de 10 pontos– cresce e chega em maio empatada com o adversário (37%), como todos os institutos apontaram.

Contudo, o crescimento de Dilma não anulou as diferenças nas intenções de voto de homens e mulheres. Desde o início de 2010 Dilma Rousseff tem mais votos masculinos e essa diferença tem se mantido estável ao longo do ano, em 9 pontos percentuais. Na pesquisa Ibope de maio, 41% dos homens votariam em Dilma, enquanto apenas 33% das mulheres tinham intenção de votar na candidata do Partido dos Trabalhadores.

Perfil dos eleitores de cada candidato

Segundo a última pesquisa Ibope, os perfis dos eleitores de Serra e Marina Silva (PV) acompanham as proporções do eleitorado brasileiro: 52% de mulheres e 48% de homens. Já o perfil dos eleitores de Dilma Rousseff é mais masculino: 55% de homens e 45% de mulheres. Em outras palavras: o fato de Dilma ser mulher não explica esse perfil mais masculino de seu atual eleitorado, afinal, Marina é mulher e seu eleitorado divide-se proporcionalmente entre os sexos.

Nesse caso, o voto em mulheres precisa ser explicado de outra forma, pois tem a ver diretamente com conteúdos de campanha e discursos que falam mais ou menos às mulheres.

Gráfico 4 – Pesquisa Ibope (maio/2010)

Mulher vota em mulher?

Há um mito arraigado, na mídia e no imaginário popular, de que mulher não vota em mulher, afinal a grande maioria dos postos de poder são ocupados por homens, quando temos 52% de eleitoras e apenas 11% de mulheres parlamentares no Congresso. Ou seja, a maioria das mulheres tem votado em candidatos masculinos para o parlamento.

No entanto é importante lembrar que não faltam eleitoras que votem em mulheres, mas sim candidaturas femininas com estrutura partidária, apoio efetivo em termos de recursos, infraestrutura e tempo no horário de propaganda eleitoral. Historicamente, os partidos políticos são espaços de poder masculino. Em 2008, por exemplo, os partidos não cumpriram a cota de 30% de candidaturas femininas na maior parte das capitais.

Em diversos países em que mulheres apresentaram candidaturas fortes, elas obtiveram votação expressiva, de eleitoras e eleitores. Na América Latina há os exemplos recentes e bem-sucedidos das presidentes Laura Chinchilla (Costa Rica), Michelle Bachelet (Chile) e Cristina Kirchner (Argentina).

Juntas, Dilma e Marina têm 49% das intenções de voto

Nesta eleição, as pesquisas realizadas em maio mostram que a soma das intenções de voto em Dilma Rousseff e Marina Silva chega a 49%, ou seja, 57% dos votos válidos já são dirigidos a candidatas mulheres.

Os discursos proferidos por ocasião da oficialização das candidaturas de Marina Silva, José Serra e Dilma Rousseff ganharam conteúdos programáticos novos e mais abrangentes. Os candidatos fizeram as primeiras propostas que se vinculam às esferas do cotidiano, como educação, desemprego, saúde e políticas sociais em geral.


As mulheres são mais sensíveis às políticas públicas

As pesquisas mostram que há uma diferença de percepção de homens e mulheres em relação aos temas de campanhas. O gráfico seguinte mostra duas esferas de impacto das comunicações eleitorais: de um lado, os homens mostram maior interesse pela esfera do jogo de poder (eleições, preferência partidária e conversa sobre política); de outro, as mulheres estão mais sensíveis a políticas públicas nas áreas de educação e saúde.

Nesta fase de pré-campanha que se encerra, os temas de maior visibilidade estavam ligados aos bastidores da política –alianças partidárias, composição de chapas, lutas internas entre aliados– que mobilizam mais os eleitores homens. Daqui para frente começam a entrar nas campanhas os conteúdos de políticas públicas, que ganham mais a atenção das eleitoras. Nesta última fase as mulheres se engajam mais fortemente e as candidaturas poderão se beneficiar destas características do processo eleitoral.

Gráfico 5 – Pesquisa Datafolha (maio/2010); * pesquisa Vox Populi

Principais atributos de cada candidato na opinião das eleitoras

José Serra

Dilma Rousseff

Marina Silva

Experiência

Defesa dos interesses das mulheres

Defesa dos interesses das mulheres

Preparo para cuidar da Saúde

Defesa dos pobres

Defesa dos pobres

Defesa dos empresários

Combate ao desemprego

Preparo para cuidar da educação


Pesquisa Datafolha (maio/2010)

Quando eleitores e eleitoras associam atributos a cada candidato, fica mais claro o que foi demonstrado anteriormente com relação às esferas do poder político e das políticas do cotidiano. O gráfico a seguir mostra que as mulheres diferenciam Serra por qualidades executivas, ligadas à gestão de políticas que impactam o cotidiano, enquanto associam a Dilma qualidades políticas, relacionadas ao rearranjo das relações de poder e às desigualdades socioeconômicas.

Esta é uma das explicações para a diferença de intenção de voto entre homens e mulheres. Mais voltadas para o cotidiano, as eleitoras vêem em Serra qualidades executivas para a gestão de políticas públicas, como: ser mais experiente para o cargo (60%); mais preparado para cuidar da saúde (47%): e preparado para ser presidente (43%).

Já em Dilma as mulheres percebem mais atributos relacionados a mudanças de poder político, como: a defesa dos interesses das mulheres (40%) e dos pobres (32%) e o combate ao desemprego (31%).

Entre as eleitoras, os indicadores de atributos positivos relacionados a Marina Silva estão próximos da intenção de voto da candidata (12%). Destacam-se três índices entre o eleitorado feminino: a defesa dos interesses das mulheres (22%); a defesa dos pobres (19%) e o preparo para cuidar da educação (13%).


Gráfico 6 – Pesquisa Datafolha (maio/2010)

A maioria das análises publicadas na mídia atribui o crescimento de Dilma Rousseff ao impacto do programa do PT e ao apoio assertivo do presidente Lula. Efetivamente, as pesquisas do Datafolha mostram isso com clareza. Entre abril e maio, o conhecimento de que a candidata de Lula é Dilma cresceu 10 pontos, sendo 6 pontos entre os homens, de 71% para 77%. Já entre as mulheres, esse crescimento foi de 51% para 65%, ou seja, 14 pontos percentuais. Pela TV as eleitoras puderam perceber melhor o discurso de Dilma e ela recuperou terreno neste eleitorado.

De outro lado, é significativo entre as eleitoras o peso do apoio do presidente a Dilma, mas ainda não foi atingido todo o seu potencial.

Em outra questão, o Datafolha indaga com que certeza os eleitores votariam no candidato/a do presidente Lula: 46% dos homens e 43% das mulheres afirmam que este apoio os levaria com certeza a escolher esta candidata. Levando em conta esses dados, a candidatura Dilma Rousseff praticamente chegou perto do teto do voto masculino: ela tem 42% de intenções de voto e o potencial de 46% de homens que votariam, com certeza, na candidata do presidente. No entanto, entre as mulheres Dilma tem 33% das intenções de voto declarado e um potencial de crescimento de 10 pontos percentuais, pois 43% das mulheres declaram que votariam, com certeza, na candidata de Lula. Portanto, quando as candidaturas, chapas e alianças estiverem definidas e a campanha mudar o foco para políticas públicas, as mulheres poderão fazer a diferença para as candidatas Dilma e Marina.

Com relação a Serra é importante notar que a pesquisa Ibope publicada no início de junho aponta a Saúde como o principal problema que o próximo presidente deverá enfrentar. Nesta perspectiva, Serra tem uma clara vantagem em relação aos demais candidatos, mesmo porque foi um ministro bem avaliado da pasta da Saúde (ver o gráfico de atributos ligados aos candidatos).

Daqui para frente as eleições mudam de ciclo, os eleitores e, sobretudo, as eleitoras terão olhos mais abertos para as campanhas. As propostas dos candidatos ganham mais foco nos debates, na propaganda e nos discursos. E as duas candidatas e os nove candidatos* terão que olhar mais para as mulheres. Assim sempre foi e assim será nas eleições de 2010.


* José Serra (PSDB), Rui Pimenta (PCO), Levy Fidélix (PRTB), Oscar Silva (PHS), Plínio de A. Sampaio (PSOL), Mario de Oliveira (PTdoB), José Maria Eymael (PSDC), Américo de Souza (PSL) e Zé Maria (PSTU).

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A MULHER E A DEMOCRACIA

16 e 17de junho de 2010

Câmara Municipal de Florianópolis



Programação

16/6 – Quarta-feira

14h00 às 17h00: Reunião com as Mulheres dos Partidos Políticos

Objetivo: Discutir a importância de criação do Fórum Estadual de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos.

Participantes: Representante do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos, Representantes de Mulheres de Partidos Políticos em SC e do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher.


17/ 06 – Quinta-feira


9h00: Abertura

1ª Mesa – A participação da Mulher e a Democracia

Coordenação: Vera Lúcia Teixeira

9h30min: Palestra – Participação das Mulheres nos Espaços de Poder e Decisão. II PNPM Elisabeth Pereira – Representante da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres/PR

10h00: Palestra – A Mulher e a Democracia: Clair Castilhos Coelho – Casa da Mulher Catarina

Mediadora: Teresa Vitale – Fórum Nacional de Instância de Mulheres dos Partidos Políticos

11h00: Debate

12h00: Almoço

2ª Mesa – Caminhos e Diálogos: Mais Mulheres no Poder

Coordenadora: Neusa Freire Dias

14h00: Palestra – Reforma eleitoral relativa à participação das Mulheres: Raquel Felau Guisoni – Conselho Estadual dos Direitos da Mulher e União Brasileira de Mulheres

14h30min: Palestra – As Mulheres nas Instâncias de Poder em Santa Catarina: Diagnóstico e Perspectiva: Patrícia Sardá Lisboa – Tribunal Regional Eleitoral

15h00: Palestra – Apresentação da Plataforma Política 2010: Mais Mulheres no Poder: Teresa Vitale – Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos

Mediadora: Arlete Carminatti Zago - Conselho Nacional dos Direitos da Mulher -

16h00: Debates

17h00: Encerramento


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Haitianas engravidam para escapar de surras!


Milhares de mulheres no Haiti buscam na gravidez um pretexto para ser poupadas da violência de seus maridos; crianças também sofrem em casa!

Além da ameaça da criminalidade, das gangues armadas e do terremoto que deixou mais de 230 mil mortos no Haiti em janeiro, as mulheres haitianas enfrentam dentro de casa uma das maiores ameaças: a violência dos maridos.

Embora não haja estatísticas oficiais, o Hospital de Campanha da Força Aérea Brasileira que iniciou suas operações no Haiti cinco dias após o terremoto e só fechou as portas na sexta-feira foi responsável, nos últimos quatro meses, por receber dezenas de casos de fraturas, hematomas e até perfuração nos olhos em mulheres que apanham de seus maridos.

"Elas engravidam para não apanhar. Dizem que quando estão em gestação são menos agredidas e recebem alimentos. Vi várias mulheres menores de 30 anos passando pela sexta gestação. São mulheres que nunca fizeram um exame de sangue na vida e deram à luz em suas casas", disse ao Estado a tenente Fabíola Marques, ginecologista obstetra. "Mesmo assim, elas se ofendem quando oferecemos laqueadura."

Venia Telemac, de 26 anos, estava numa das macas da barraca de geriatria do hospital, esperando pelo parto que ocorreria em seguida. "Nunca tinha visto um médico antes na minha vida", disse.

Além das mulheres, as crianças haitianas também sofrem com a violência doméstica. Depois dos 7 anos, muitas delas são "doadas" para famílias menos pobres e passam a viver numa situação análoga à escravidão. É nesse grupo que os estupros de crianças são mais frequentes. A tenente Fabíola diz que em alguns casos, as crianças de ambos os sexos são "tão brutalmente violentadas que acabam sofrendo lacerações".

A incidência de aids entre os haitianos é considerada baixa os médicos do hospital falam em 3%. No hospital da FAB ? que realizou mais de 36 mil atendimentos gratuitos desde janeiro as haitianas que recebem a informação de que estão infectadas pelo HIV acabam jogando o resultado do exame fora, antes de mostrar ao marido.

Nelson Lovelyne, de 21 anos, era uma das pacientes que esperava para ser atendida no hospital quando recebeu a notícia de que a unidade seria desmontada no mesmo dia. "Antes de vir aqui, eu nunca tinha entrado num hospital", disse ela, apoiada sobre um par de muletas e com uma perna quebrada.

Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100607/not_imp562494,0.php



sexta-feira, 11 de junho de 2010

MULHERES NO PODER!!



Sociedade quer mais mulheres no poder
!

Captar a percepção da população brasileira sobre a importância da participação de mulheres em espaços de poder e de decisão. Com este objetivo, o Instituto Patrícia Galvão realizou, emfevereiro de 2009, a pesquisa de opinião Mulheres na Política. Trata-se de uma pesquisa inédita,
de abrangência nacional, com aplicação de questionário estruturado com mais de 25 perguntas, realizada pelo Ibope Inteligência com uma mostra representativa da população adulta brasileira.
A análise dos dados foi realizada pela Cultura Data / TV Cultura.

O apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República para a realização desta pesquisa está em sintonia com o II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), que prevê como política de Estado o “Fortalecimento da participação das mulheres nos espaços de poder e decisão”. O PNPM foi elaborado com base nas análises e recomendações resultantes da II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. Promovida em 2007, essa Conferência envolveu mais de 200 mil mulheres, em conferências municipais e estaduais realizadas em todo o país, e que culminaram na Conferência Nacional, ocorrida em Brasília e que teve como um dos seus temas centrais a participação das mulheres nos espaços de poder.

“Esta centralidade se justifica pela necessidade e importância desta participação como
ação transformadora das estruturas de poder e das instituições, e também da cultura e
das mentalidades, gerando novas relações sociais.No que se refere às mulheres, esta participação torna-se ainda mais fundamental pelasituação desigual e discriminatória que vivenciam, sendo essencial para a elaboração das leis e para a implementação de políticas públicas que promovam a igualdade e a eqüidade de gênero.” II PNPM, capítulo 5, p. 115.

Brasil continua atrás no ranking das mulheres na política, Levantamento divulgado pela União Interparlamentar (UIP) em setembro de 2008 indica que as mulheres eram apenas 9% na Câmara Federal brasileira, contra 56,3% em Ruanda (único país onde as deputadas são maioria), 47% na Suécia, 43,2% em Cuba, 41,5% na Finlândia e 40% na Argentina.

A baixa representação política feminina, que coloca o país no 142º lugar entre 188 nações, contrasta com o protagonismo das mulheres na sociedade brasileira, como ocorre nas áreas econômica, cultural e social. Diversos estudos têm demonstrado que a exclusão das mulheres das instâncias formais da política é um freio ao desenvolvimento socioeconômico dos países. O pesquisador José Eustáquio Diniz Alves, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), analisou dados internacionais que comprovam que existe uma correlação entre a baixa participação feminina no poder Legislativo e o grau de pobreza de um país.


PRINCIPAIS RESULTADOS

9 em 10 brasileiros votariam em mulheres. Perguntados se votariam em uma mulher, 94% dos entrevistados responderam afirmativamente e 59% declararam que dariam seu voto para mulheres em qualquer cargo.

Maioria acha que aumentaram as candidaturas femininas na última década Esta percepção não varia por sexo. Este crescimento é mais percebido para cargos municipais: vereadoras e prefeitas.

Maior presença feminina na política traz ganhos para democracia e sociedade. Do total de entrevistados, 83% disseram que a presença de mulheres melhora a política e os espaços de poder e de tomada de decisão. Este resultado deixa no ar uma pergunta fundamental: diante de tal unanimidade, por que há tão poucas mulheres na política? Entre os prefeitos e deputados federais, no Brasil, as mulheres são apenas 9%, quando elas representam 51,7% do eleitorado (TSE, 2008).

Maioria defende lei de cotas e punição a quem não a cumprir. Diante desse cenário tão favorável às mulheres na política que é mostrado pela pesquisa, o que mais chama a atenção é justamente a ausência feminina na política. A Lei nº 9.504, de 1997, determina que cada partido político reserve um mínimo de 30% e um máximo de 70% de suas candidaturas para cada sexo. Contudo, essa lei – conhecida também como “lei de cotas na política” ou “política de cotas” – não estabelece punições aos partidos transgressores.

A Pesquisa Ibope – Instituto Patrícia Galvão mostra que a maioria dos entrevistados não sabia da existência dessa lei (72%); porém, uma vez informados, 75% se disseram favoráveis a ela – sendo que a aprovação é ainda maior (84%) entre os moradores de cidades pequenas, com até 20 mil habitantes - e 86% defenderam punições aos partidos que não a obedecem.

A expectativa por uma maior presença feminina na política é reforçada no fato de que metade dos entrevistados acredita que a legislação eleitoral deve determinar uma cota de 50% de candidaturas de mulheres no curto prazo, isto é, em cinco anos.

85% acreditam que, em 20 anos, haverá muito mais mulheres eleitas. Além disso, metade dos entrevistados espera que as cotas a cargos eletivos cheguem a 50% de mulheres em cinco anos.

Sociedade espera outras políticas de promoção da igualdade no curto prazo .Uma porcentagem ainda maior (entre 50% e 62%) espera que em curto espaço de tempo (em cinco anos) novas leis possam ser adotadas para a promoção da igualdade em vários aspectos da vida familiar e no trabalho.

FONTE: http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/images/stories/PDF/politica/pesq_mulherepol.pdf

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Dados sobre a Violência Contra a Mulher, da 6ª Delegacia de Proteção à Mulher, Criança e Adolescente de Florianópolis


Violência Doméstica

Ainda temos muito o que fazer!

















Tipos de Violência

A Lei Maria da Penha estipula quatro tipos de violência doméstica, são elas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

Violência física: é qualquer ato contra a integridade ou saúde corporal da vítima.

Violência psicológica: é qualquer ação que cause prejuízo psicológico, como humilhação, chantagem, insulto, isolamento, ridicularização. São também considerados dano emocional e controle de comportamento da mulher.

Violência sexual: é aquela que força a mulher presenciar, manter ou participar de relação sexual indesejada. Impedir o uso de método contraceptivo ou forçá-la à gravidez, aborto ou prostituição mediante força ou ameaça, também se enquadram neste tipo.

Violência patrimonial: São situações quando o agressor destrói bens, documentos pessoais e instrumentos de trabalho.

Violência moral: Caluniar, difamar ou cometer injúria contra a mulher